sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Luamaré

I
Ah, maldita regra, período, menstruação!
É a força das águas que me enchem
E preenchem com maresia meu coração
É o domínio sutil de cada maré
Que mexe, remexe meu ventre como barca
Rumo ao encontro da Santa Fé
(Re) nova –me (Pré) enche-me,
(Urge)nte e me inunda!
Quase enlouquece-me esta força una
Inócuas fases da lua...
Sou dominada pela domínio em ação.
II
Menstruei a tarde
Abortei o dia
Escorro sangue da noite
Teço brisa de ventania.
Aborto-me todo dia
Sofro cólicas flutuantes e frias
Que escaldam o meu ser
Moldando-me como uma vírgula.
(Mamafrei)

2 comentários:

Cideral disse...

Nossa Marcela, que perfeito tudo isso, é em ver coisas assim como as que você escreve que me faz pensar que preciso crescer muito e aprender muito tbm, mas um dia serei capaz de escrever coisas tão belas quanto as suas! bjus! virei aqui sempre, amei!cafxnkgt

all star disse...

A semelhança do sangue com o vinho, certamente não se encontra na cor, mas na beleza da vida, um pela concepção e o outro pelo gosto. Assim, aquele que tem sangue tem vida, e aquele que tem o gosto do vinho,na dose certa, se alegra com a vida.