quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Beija-flor



Olhar enigmático, sorriso sempre indecifrável...
Face em retângulo, mas onde está sua outra metade
A outra que podemos ver em apenas curtos instantes?
Rosa vermelha a tocar os finos lábios do dia
A velar somente a dor, a dor de ter que beijar mais um dia
Sem a sua outra face, a bandida... a escolhida
Que se faz noite obscura, velada,
Selada ao toque suave da rubra Rosa
Que entala, enfada, não fala, enfastia
Emudece com sua púrpura hemorragia,
E faz velar o olhar taciturno em agonia.
Quão misterioso é esse beijar a flor
Sentindo aroma da noite fria.
Quão embriagante é o perfume do amor
Que se fez flor e rosa num desconcertante dia.
(Mamafrei)

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