terça-feira, 7 de outubro de 2008

Sequiosa súplica ( À doce Ceci...)

Chove meu sertão,
Chove!
Sei que precisas desaguar
Umedece essa terra árida
Que peleja um novo tempo anunciar.

Chove em meu terreiro,
Chove!
Faz germinar o meu quintal
Lança fertilidade o tempo inteiro
Tira-me desse tempo descomunal.

Chove doce amiga
Chove!
Água límpida,
Borra o chão da hipocrisia
Condena qualquer um que retalia
Desmereça a solidão.

Chove ser tão doído
Chove!
Deságua, transborda
Corre pro mar etéreo
Das infinitas paixões...

Chove,
Ouve minha súplica!
...
O raio feriu a nuvem
E o céu pôs-se a chorar
O trovão estalou meus tímpanos
Meu triste eu ainda ousa falar:
Uma criança que acaba de traquinar
Cansou...
Suspira: ufa!
O amor por mim passou.
O amor por mim vive a passar...
(Mamafrei)

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