sábado, 11 de outubro de 2008

¼ da Vênus

Em meu quarto
Não há mais janelas
Mas o vento insiste em sobrar pela fechadura
Que agora faz o papel delas

Nele há agora duas camas
Mas apenas uma vazia;
Um guarda-roupa com portas lascadas
Roupas e panos velhos em desarmonia

No alto,
Uma telha de vidro
Permite-me ver
Toda noite
A Luz da Noite
E todo dia
A Luz do Dia

Nas paredes,
Tornos enferrujados;
Traças em seus casulos.
Aranhas tecendo muros

No chão,
Pares de chinelos gastos
Botas,
Carrinhos e
Estilhaços;
Marcas de passos seguros
Necessitando pisar em outros mundos.
(mamafrei)

Um comentário:

all star disse...

O VÔO DA ÁGUIA (Daniel Godri)
Arranca suas próprias penas para que renasçam mais belas. Seu vôo é altaneiro. Enfrenta tempestades de frente. Seu ninho, nas mais altas montanhas. Vê tudo do alto. Ensina seus filhotes a voarem empurrando-os do ninho e se não conseguem, mergulha em sua salvação. Jamais desiste de seus filhotes e da própria via, mas na hora de partir não hesita, e vai embora sem olhar para trás.
Mamafrei, mergulhe você também em busca de sua própria salvação, e conheça novos mundos, não temas.