Pronto!
Agora já podes me odiar
Estou à sombra de um outro
Decidida a me ocultar
Não és mais meu objeto de estudo a finco
Sou agora ânsia de outros olhos
Desejo de outras mãos e braços a me tocar
Não respiro mais o mesmo ar que tu respiras
Não quero mais respirar
Nem suspiro a mesma ânsia que te devora
Não quero mais tragar o ar
Era mesmo isso que querias?
Exaurir-me do tempo que compunha tua memória,
Excluir-me da luz do dia, da tua vida?
Meus pensamentos pertencem a outro neste momento
Meus cuidados, gotos e entalos
Só poderei da-los com o tempo
E a poesia?
A poesia que tanto desenfastiou teus dias
Pede agora novo arrego
Pede agora pra sair
Com o sopro do vento
E preencher um novo cativeiro
Que necessita ser manchado
Com ácida nódoa
Que não se apaga com o tempo.
(Mamafrei)
Um comentário:
Mudança e poesias são dois elos de uma mesma corrente. Por isso mudar é preciso, e que venham as inconstâncias, as intempérias, os paradoxos, e com eles, a novidade do desconhecido e todo o regaço de um novo amor a desfraldar.
Postar um comentário