terça-feira, 4 de novembro de 2008

Aos vivos Mortos!



A Você,
espectro de redenção
fantasma que vive em comunhão
destroços a emaranhar
solidificações

A Você,
sombra da verdade
fulguras da maldade
reflexos de mim e de minhas
internalizações

A Você,
que finge viver a cada dia
mas perece de uma eterna
solidão vazia.
Não me diga em harmonia
que carece de alguém
para indicar-lhe os caminhos do coração

A Você,
simplesmente e exatamente
a você,
que chora pelos mortos Vivos
vive Morto e ainda sanciona
a vida através de vazias nominações

A você,
que se “diverte”
se embriaga
mas em nada se
compadece.
Pensa apenas que vive
enquanto seu eu desaparece

A você,
dedico meus anos de vivo Morto
Aos mortos Vivos,
dedico
meu respeito e gratidão
(Mamafrei)

Um comentário:

all star disse...

De fato, o fingimento é a sombra da verdade que nomeia e mostra caminhos que nunca percorreu, isto está presente nas poesias de Fernando pessoa "que finge tão completamente". Prefiro Massaud Moisés que diz que estas coisas fazem parte "das angústias espirituais perenes da humanidade".