terça-feira, 21 de outubro de 2014

Reconhecimentos poéticos

No ano de 2013 participei pela primeira vez de um concurso de poesia  e o resultado deixou-me tão surpresa que, somente hoje, quase um ano depois do resultado é que me toquei em publicá-lo aqui, onde minha exposição poética começou e me deu força e coragem para continuar o que eu ainda chamo de experimentações poéticas.

http://secretariadeculturarn.blogspot.com.br/search?updated-max=2013-10-30T09:59:00-03:00&max-results=7

Falo do 1º lugar que conquistei no VIII Concurso de Poesia Luís Carlos Guimarães, que tem como tradição selecionar e revelar 10 a 15 poetas do Rio Grande do Norte.


No dia do lançamento da coletânea contendo os 15 poetas do RN, fiz o discurso de agradecimento muito emocionada pelo fato de ter conquistado o 1º lugar em um concurso cujo nome homenageia um poeta curraisnovense, assim como eu, e pelo fato de ser "interiorana", mas, acima de tudo, Potiguar!




Ficaram curiosos para saber quais foram os 10 poemas vencedores? Ei-los abaixo:

1 - Vivendo a perigo

Quero amor silencioso,
balbucio

Quero lamber teu rosto
igual loba no cio.

(Maria Marcela Freire - Mamafrei)
 
2 - Dança do ventre

Clara odalisca
tua roupa

c

a

i

no ritmo
da minha saliva.

 (Maria Marcela Freire - Mamafrei)

3 - Em nome da pele

Minha pele anda tão faminta...

que devoraria o teu toque
nas curvas de uma esquina.

 (Maria Marcela Freire - Mamafrei)

4 - Braile

Aprendi a domar
meus medos

confiando em meus
próprios dedos.

(Maria Marcela Freire - Mamafrei)

5 - Estranha

Nas entranhas
não estranhais:

Entrarás
estranha

Sairás
mordaz...

 (Maria Marcela Freire - Mamafrei) 


6 - Exatidão

Com Marize
Castro-me jamais.

 (Maria Marcela Freire - Mamafrei) 


7 - Milagreira

Como um verbo
dentro de um ventre

Contorço-me
no útero do Ocidente.

(Maria Marcela Freire - Mamafrei) 


8 - Sol da minha infância

O sol da minha infância
queimou-me
as retinas

Nao pude mais enxergar
o que em mim
mais tinha. 

 (Maria Marcela Freire - Mamafrei)

9 - Antes que seja tarde demais

Antes que nosso desejo
se faça sol
no amanhecer duma noite

Antes que esse sol
resolva noite ser

Antes que a noite
nos cubra de ternuras

Antes que nossos corpos
sejam nossos lençóis

 Antes que o eu seja nós
olhemo-nos, amor,

que nesse singular instante
de pura adoração
e existência

a vida e o amor
habitam em nós

 (Maria Marcela Freire - Mamafrei) 

10 - Da solidão do óvulo

Mediante a fertilidade
do meu ser
Só,
ovulo.

Sinto o cheiro do desejo
eclodindo de minhas fendas

ainda tenras
ainda nós...

Ondulando
Ovulando

em cama larga
em cama
Só.

 (Maria Marcela Freire - Mamafrei)


Por último, mas não o menos importante, confiram a entrevista cedida a Eliade Pimentel, exibida no site da Secretaria Extraordinária  de Cultura do RN - Fundação José Augusto:


http://www.cultura.rn.gov.br/Conteudo.asp?TRAN=ITEM&TARG=23316&ACT&PAGE&PARM&LBL=NOT%CDCIA