terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Tribudo à Vênus

Artista plástico: Joedson Weslley

Ó Vênus!
Estrela D´alva contínua
da manhã e vespertina
a brilhar sempre
como uma jóia em meu céu.

Estrela do Pastor,
tua luz é tão extrema
que em mim causa ardor

Deusa na terra renascida,
revela-me pela tua escrita
sereia dos lábios de mel.

Sedutora Afrodite,
tuas palavras, acredite
provocam-me estranheza

um verdadeiro escarcéu
de disse e não-disse
misteriosas lacunas
deixadas num branco papel.

Teus cabelos são como redes
a emaranhar coração de vários “Eros”
embriagando-os
com o aroma etéreo...

Ó femme fatal!
Teu olhar é tão doce e sereno
oblíquo, sinuoso;
insinuante e sensual...

Eles velam tristes belezas
dúbias certezas
de uma deusa descomunal.

Ó deusa do amor e da beleza,
tens pena dos homens
que ainda não a tens
como única e verdadeira certeza!

Deusa Citereia,
teu olhar zanago me desnuda
Poetiza o ar,
minha companheira segura!
Comparo o brilho do teu olhar com o da musa lua

Coberta por uma espessa camada
de nuvens em turbilhão
Planeta irmão da Terra
És tu, Vênus !
A atingir em cheio
e a modificar todos os corações.

(Mamafrei)

Efervescência

Artista plástico: Joedson Weslley

Um filho, uma vida!
Um sopro de vida expelido nas narinas
Verbo entrando em todo o teu ser
Minha vida!...reduplicada e estúpida vida!
Dúbio e estranho olhar do par(d)ecer
Alimento-te com este sangue
Que jorra das raízes dos mamilos meus
E acarinho-te em uma de tuas faces
Com esta arma
Esta bendita arma
Que um dia
Ainda há de me vencer
Ao Iludir-me que serás só meu

Um filho, minha cria!
Que repousa sobre meu branco peito
E descansa suavemente
Sua terna mão sobre o meu sensível leito
Dorme bichinho...
Sonha que estais sorrindo
Que estou a fazer cosquinha
Em seu obscuro umbiguinho
E que somos mais amigos
Do que parecemos ser
Somos afinal, Mãe e Filho
Dor igual a esta
Jamais iremos novamente padecer
(Mamafrei)